Passados cerca de três meses das mudanças verificadas no trânsito da área central de Lajeado, já podemos fazer uma análise mais detalhada das suas conseqüências.
Ainda naquela época, vimos estas alterações com algumas ressalvas, sendo a principal delas o fato do Executivo não ter ouvido diretamente nenhum dos setores envolvidos sobre aquilo que pretendia implementar. Na ocasião poderiam ter sido ouvidos a Acil, o CDL, Associação de Moradores, e a população em geral, bastando para isso uma Audiência Pública.
Entendendo que não há valor maior do que a democracia, já percebíamos que o fato do Executivo não ouvir a sociedade poderia ser um fator a vir prejudicar a aceitação.
Mas concordamos que seria necessário dar tempo ao tempo, oportunizando a quem as idealizou demonstrar se havia acerto no que estava sendo feito, o que dissemos aqui mesmo, nesta tribuna, mais de uma vez.
Ou seja, demos todo o crédito aos autores do projeto e respeitamos a iniciativa do Executivo.
Só que agora não se pode mais manter silêncio sobre algo que tão profundamente está afetando a vida das pessoas.
Não se pode mais aceitar os problemas como simples insatisfação das pessoas, que naturalmente resistem a mudanças.
O tempo passou e precisamos fazer aqui alguns questionamentos.
Algum dos senhores vereadores, assim como as pessoas que nos ouvem neste momento, no plenário ou pelo rádio, conhece algum setor da sociedade lajeadense que esteja perfeitamente satisfeito com as mudanças implantadas no trânsito?
Não estão satisfeitos os comerciantes, não estão satisfeitos os taxistas e as os usuários de ônibus; estão indignados os motoristas e os pedestres.
Ou seja, a reprovação é imensa e geral.
Enquetes feitas pela imprensa mostram que mais de 70% das pessoas acredita que o trânsito, de maneira geral, piorou.
Isso que outros 15 a 20% da população se mostra indiferente, fazendo com que somente uma minoria fique ao lado das alterações, ao lado das decisões autoritárias da administração.
No comércio, é quase unânime a posição de que isso trouxe prejuízo.
Não tenho números exatos, mas com as mudanças foram reduzidas - e em muito - as vagas de estacionamento na principal área comercial da nossa cidade.
Prova disso é irmos agora, neste exato momento, verificarmos a quantidade de automóveis estacionados no Parque dos Dick, sem a segurança que seus proprietários precisam e merecem.
Também podemos ir até a área da Décio Martins Consta, nos fundos do STR e da Arla, onde se constata o mesmo fenômeno.
Estão lá nestes pontos citados porque perdemos vagas na Júlio, na Benjamin, na Santos Filho e outros locais.
Ainda sobre o comércio, os dois lados da Pasqualini foram separados literalmente. Para quem se desloca de carro, ou freqüenta um dos lados ou o outro. Ou escolhe as lojas de uma das calçadas, ou as lojas da outra.
Não há como comparar preços, atendimento, negociar.
Junto à Praça da Matriz, também acontece o fenômeno do isolamento.
Quem chega de Estrela pela Bento Rosa, não pode fazer conversão à esquerda, a não ser que vá até a Benjamin. Então, quem está instalado perto do comando da Brigada, ou quem está na Beira do Rio, vê sua clientela diminuir.
O número de sinaleiras aumentou tanto em nossa cidade que a
Av. Senador Alberto Pasqualini passou a ser motivo de piada apesar de bem sincronizadas.
Dizem que a referida via não precisará mais ser decorada em períodos natalinos, pois já está ornamentada.
E que, ao invés de Alberto Pasqualini, vai se chamar “Alberto Natalini”.
Atravessar qualquer rua onde as mudanças foram implantadas, se transformou numa roleta russa.
Atravessar a Pasqualini, mesmo quando o fluxo está liberado para as transversais, está perigosíssimo.
Se antes havia falhas, agora ficou muito mais perigoso, os pedestres não sabem pra que lado olhar na hora de atravessar a via.
Na Benjamin, nem se fala.
É perigoso em toda a sua extensão. Aqui mesmo, em frente à Câmara, bem debaixo do nosso nariz, na esquina da Santos Filho, observar os pedestres se arriscando, chega a causar calafrios, tamanho o risco que as pessoas correm.
Isso porque sempre há fluxo de veículos, não importando qual dos sentidos está bloqueado.
Em relação ao transporte coletivo, as alterações também trouxeram resultados negativos. Todos os moradores dos quadrantes oeste e norte da nossa cidade têm que se deslocar até a João Abott para pegar o seu ônibus, o que antes faziam na Benjamin. Ou seja, agora está mais distante e menos seguro, ainda mais na parte da noite.
E as paradas de ônibus decentes que foram prometidas, três meses depois, já com a proximidade do inverno, seguem sendo apenas uma promessa.
Não fizeram nada.
Os taxistas tiveram alguns de seus pontos tradicionais trocados de lugar, reduzindo sua clientela habitual e sua renda.
E os azuizinhos andam pela cidade feito zumbis, tontos, sem saber o que fazer e ao invés de orientarem os motorista preferem, sacar o talão e aplicar multas .
Parecem perdidos como perdido mostra estar o Departamento de Trânsito como um todo. O que talvez não tivesse ocorrido, se a população fosse ouvida antes.
Só que este hábito não se inclui no modo de agir da atual administração, que prefere o método da tentativa não se importando com a possibilidade erro.
Só que faz isso usando os lajeadenses como cobaias.
Lembramos que durante estes 90 dias, alguns ajustes já foram feitos, em relação ao projeto original.
Em especial na Benjamin Constant, proximidades do Hospital Bruno Born, onde um pardal foi instalado no lugar de um controlador identificado que antes havia, se tornando uma espécie de armadilha para ampliar as multas.
Na mesma área, duas sinaleiras estão agora sendo colocadas em funcionamento.
E há a informação de que em algumas quadras vão voltar a permitir o estacionamento do lado direito.
Pontualmente o trânsito com as mudanças passou a ter sérios problemas como, por exemplo;
a) As faixas de segurança , principalmente na Júlio, estão muito confusas. Novas foram implantadas no meio de algumas quadras sem apagar as velhas junto às esquinas.
b) As ruas João Batista de Melo e a Saldanha Marinho, ambas no trecho entre a Benjamin e a Bento Gonçalves não dão fluência ao trânsito e durante vários horários engarrafam.
c) A Júlio de Castilhos, trecho ao lado do Posto Faleiro e a Benoit está engarrafando sempre.
d) No ponto mais crítico do trânsito de nossa cidade, na Pasqualini, entrada para o São Cristóvão, nada foi feito e é preciso levar em conta que em breve, devido a novos empreendimentos naquela área, isso tende a piorar. O túnel que poderia amenizar aquela situação não será feito, ao menos por hora.
e) A passagem da av. Benjamin Constant sobre a RS-130 que na última campanha foi mencionada como problemática, estreita, engarrafa nos horários de pico, não tem nenhuma solução, não se mostra preocupação em melhorar essa ligação com o bairro Montanha.
Dito isso, esperamos que o executivo tenha a grandeza e de imediato venha á publico reconhecer que o projeto não alcançou seus objetivos e que essa situação não pode continuar do jeito que está.
E por fim que fique como lição; que a população deve ser ouvida e sempre e que algo não começa bem, inevitavelmente acaba mal.
MUITO OBRIGADO!
COMO TERIA SIDO PROVEITOSO SE ANTES DE TEREN SIDO IMPLANTADAS ESTAS SERIES DE MUDANSAS NO NOSSO TRANSITO TIVESSEM OCORIDO ALGUMAS AUDIENCIAS PUBLICAS PARA JUMTO COM A COMUNIDADE EMCONTRAREM SOLUÇOES QUE VIESSEM DE EMCOMTRO AS REAIS NESCESSIDADES DO POVO DE LAJEADO.NAO COMO FOI IDEALIZADO E DIRECIONADO POR PESSOAS QUE NAO COMVIVEM O DIA DIA DE NOSSA CIDADE.
ResponderExcluirWink
ResponderExcluircumprimentos pela manifestação !!!
Sergio, gosto muito da categoria como escreves, realmente tu és uma pessoa muito dedicada. parabens,
ResponderExcluira baixo segue minha posiçao sobre o transito, lembrando que é apenas minha poisção e que respeito a de outros
sou favoravel a mudança que o planejamento fez, mas acho que algumas mudanças podem ser feitas. Se eu tivesse que dar uma dica boa, gostaria que fizessem um mapa de como chegar mais facil nos lugares...ou seja algumas dicas ja ajudaria o pessoal a aprender a como andar depois dessas mudanças. Sobre o comercio decentralizar da rua Julio de Castilhos, acho interessante, visto que os alugueis estao ficando baratos demais pelo fluxo existente no coração da cidade,prova disso é a pouca rotação e força de muitos comerciantes que estao a anos em seus locais e satisfeitíssimos .
eu que atravesso a pasqualini de carro, notei que tenho muito mais segurança, pois nao preciso me enfiar no meio dos carros para buscar os antigos retornos. acredito que a quadra 2 da julio de castilhos tambem deva oferecer sentido de ida e volta, como a quadra 1. sugiro que a saldanha marinho ganhe estacionamento só de um lado. isso é excelente, gera desfluxo para o bem comum, e diferente da benjamim, seriam muito poucos os comerciantes prejudicados. a rua que só da retorno, aquela que apenas desce nos moveis antoniazzi, acho que deveria ser mao dupla tambem... e acredito que tenha revitalizado o comercio do inicio da julio, que estavam meio abandonadas com pouquissimas lojas boas e ainda eram as ultimas lojas de uma rua...agora o fluxo aumentando ali... talvez seja interessante para aquela localizaçao. Fora isso, sou fiel a dois lados de benjamim, com estacionamentos, e o estacionamento nos parques, vejo com uma benção as pessoas colocarem seus carros lá... sao areas lindissimas para uma boa caminhada até o seu local de trabalho. Mas sugiro que o parque esteja tao bem cuidado como nas epocas que antecedem uma eleição. é uma pena mas nao temos como esperar muito em um politica que temos visto pelo nosso pais, a politica da reeleição. Mas te parabenizo e muito pela sua dedicação a nossa sociedade. quero vê lo indo alem abração serginho
att
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